sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cronologia da historicidade da doutrina bíblica da Trindade - 5ª parte

Século 4 
Diversas circunstâncias na década que antecedeu o Concílio de Constantinopla, em 381, prepararam o caminho para esse encontro, no qual a fórmula trinitariana finalmente se tornou a teologia ortodoxa oficial da igreja cristã. Um dos eventos com repercussão extremamente importante sobre o concílio foi a coroação do imperador Teodósio, que se achava comprometido com a fórmula homoousios. Durante 50 anos, cada novo imperador havia assumido diferentes compromissos com os vários grupos teológicos. O imperador Juliano, por exemplo, durante um breve período até mesmo tentou levar o império de volta ao paganismo e afastá-lo do cristianismo. O imperador Valêncio, que morreu em 378, foi o último dos imperadores a abertamente favorecer o arianismo e dar apoio a teólogos arianos. É duvidoso afirmar se o apoio ou a oposição do imperador, por si só, haveria sido capaz de determinar o resultado final do Concílio de Constantinopla, pois apenas 75 anos antes outro imperador – Diocleciano – havia tentado manipular e destruir a igreja por meio da força e fracassara! O cristianismo se expandira por séculos, a despeito da censura ou da aprovação imperial!

Outro fator a preparar o caminho para o concílio foram os escritos teológicos e a liderança política de três teólogos da Capadócia: Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo (amigo de Basílio) e o irmão mais novo de Basílio chamado Gregório de Nissa. Eles se tornaram a força teológica e política por trás do trinitarianismo quando o velho Atanásio deixou o cenário. Basílio comparou a situação de bispos e imperadores mudando de ideia e trocando de lado com “uma batalha naval sendo travada em meio a uma furiosa tempestade, na qual as duas esquadras se encontram tão destruídas pela tormenta que as bandeiras não podem mais ser vistas, os sinais não mais são reconhecidos, e a pessoa não mais consegue distinguir entre seus aliados e seus inimigos” (de seu livro “On the Holy Spirit”)! Os três teólogos da Capadócia escreveram tratados e cartas, explorando e solidificando a teologia trinitariana e criando uma terminologia padronizada. Falaram do Pai, Filho e Espírito Santo como sendo simultaneamente três quanto à personalidade (hypostasis), mas apenas um em relação à natureza (ousia). Os capadócios estenderam a natureza compartilhada do Pai e do Filho ao Espírito Santo, clarificando assim este ponto vago do Credo de Nicéia. Em sua obra Sobre o Espírito Santo, Basílio argumentou em favor do reconhecimento da relação entre Pai, Filho e Espírito Santo como sendo de uma mesma substância e de igual status, portanto igualmente dignos de adoração!

Pesquisa baseada no livro "A Trindade" de Woodrow Whidden, Jerry Moon e John W. Reeve. Ela está em construção. Aguardem sua conclusão! 

As demais partes da pesquisa: Primeira aqui. Segunda parte desta Cronologia aqui! A terceira parte aqui e a quarta, aqui! (Hendrickson Rogers) 

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