sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Paulo autorizou os cristãos a comerem qualquer animal?


Gostaria de saber se em I Timóteo 4:1-5 Paulo não estaria ordenando os cristãos a comerem de tudo. O texto de I Timóteo 4:1-5 fala da apostasia dos “últimos tempos”, quando falsos mestres propagariam “ensinos de demônios”, proibindo “o casamento” e exigindo a “abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos, com ações de graça, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade” A isso é acrescentado: “pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ação de graças, nada é recusável, porque, pela Palavra de Deus e pela oração é santificado”. Algumas pessoas têm sugerido, equivocadamente, que nesse texto Paulo esteja eliminando todas as distinções entre alimentos “limpos” e “imundos” do Antigo Testamento (ver Levítico 11), e que os cristãos do Novo Testamento têm hoje plena liberdade de comer, sem quaisquer restrições, de “tudo que Deus criou”. Ora, se esse fosse o caso, então estaríamos justificados em comer até mesmo a carne de outros seres humanos, também criados por Deus (Gênesis 1:26 e 27), o que é completamente inaceitável. Abalizados comentaristas bíblicos têm reconhecido que a discussão de Paulo em I Timóteo 4:1-5 diz respeito a certas proibições alimentares antibíblicas propagadas pelos gnósticos do 1º século d.C. Os adeptos do gnosticismo criam que a matéria fora criada não por Deus, mas por uma divindade inferior (Demiurgo), sendo má em sua essência. Abstendo-se de relações sexuais e de certos alimentos “materiais” (especialmente de toda espécie de carne), criam que estavam dando provas de uma mais profunda espiritualidade, que levaria a alma a libertar-se futuramente de tudo o que é material. Paulo contesta essa dicotomia gnóstica, ao afirmar que os verdadeiros “alimentos” foram criados pelo próprio Deus (e não por uma divindade inferior), sendo conseqüentemente bons e apropriados para o consumo. Portanto, o texto sob discussão não está dizendo que podemos comer de tudo o que Deus criou (alimentos e não alimentos), mas apenas de tudo aquilo que Ele criou com o propósito específico de servir como alimento.

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, maio de 1998. Edição por Hendrickson Rogers.

2 comentários:

  1. Irmãos, gosto muito das postagens desse blog, mas nesse caso considero a resposta à dúvida do irmão completamente equivocada. Senão, vejamos:

    1. A pergunta cita texto de Paulo em que ele diz direta e claramente que o cristão tem, sim, plena liberdade de comer QUALQUER alimento, ensinando que NENHUM alimento é impuro se for recebido com ação de graças, e que, por meio da oração, todo alimento é purificado.

    2. A postura de Paulo se harmoniza com a visão de Pedro em Atos 11, quando Deus revela que os animais "comuns e impuros" foram purificados e podiam ser comidos, e usa isso como ilustração para que também os gentios fossem aceitos.

    3. O contexto da passagem citada na pergunta feita é "alimento", de modo que o argumento da pessoa que respondeu, dizendo que Paulo não estaria aprovando que se coma qualquer alimento (embora Paulo diga isso textualmente), pois se assim fosse teríamos que comer também carne de gente, não tem nenhuma aplicação ao caso - trata-se, pois, de sofisma e falsa lógica, mesmo que usada inadvertidamente. Carne humana não é fonte natural de alimento em nenhuma cultura, pois os casos conhecidos de canibalismo são de motivação ritual/religiosa; e mesmo que houvesse canibais que usassem carne humana como alimento "normal", a alegação continuava inválida, pois nada no contexto da passagem daria margem à inclusão de pessoas no argumento de Paulo.

    Irmãos, é mister que a exegese da Palavra de Deus seja isenta de interpretações forçadas, que criam distorções com o aparente propósito de sustentar dogmas de alguma denominação, que nem sempre têm sua verdadeira base nas Escrituras...

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  2. Oi irmão Ricardo. Muito obrigado por sua estima e seus comentários! Por favor permita-me colocar algo para refletirmos em oração e pesquisa bíblica referente aos três pontos que você construiu acima:

    1. Releia a postagem por favor.
    2. Em At 10 Pedro obedeceu ao mandamento de Lv 11 e Dt 14 de não comer carnes imundas e aprendeu a obedecer também ao mandamento de amar o próximo, não considerando ninguém indigno do Céu, de Deus! Deus não muda. Ele não anulou o Antigo Testamento (AT), principalmente Leis de profilaxia e saúde como essas citadas no Pentateuco!
    3. Entendo. No lugar de carne humana vamos colocar carne de rato, lagartixa, escorpião, etc. Na China, por exemplo, os que não creem nas Leis eternas de saúde do AT comem à vontade nas feiras de carnes exóticas e, biblicamente, imundas, proibidas! Paulo em nenhum momento foi contra o AT, mas contra os gnósticos que proibiam seus adeptos de comerem até as carnes limpas e outros alimentos autorizados pelo Criador!

    A exegese é algo profundo, realmente, e por ser assim, enraizada e derivada da Bíblia, não pode estar vinculada a denominações religiosas, a menos que estas estejam em harmonia com as Escrituras. A Ciência tem revelado a cada semana o risco de se comer carne animal, quanto mais carnes de animais cuja função é comer o lixo natural e humano! O Criador sabe o que faz. Peçamos a Ele domínio Próprio para não sujarmos o templo do Espírito Santo (I Co 6:19,20). Sim, o santuário dAquele que deseja nos convencer do pecado (Jo 16:9) e separar-nos das imundícias gastronômicas(Is 65:4) para a santidade (Gl 5:21-25) de modo que não sejamos consumidos (Is 66:17) na Sua vinda! "Abstende-vos de toda forma de mal" (I Ts 5:22).

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